sexta-feira, 6 de abril de 2012

Comentando - Death Note

Bem, eu não tenho um grande costume em acompanhar os animes produzidos, até porque eu os considero normalmente muito longos e arrastados em diversos episódios, onde esses poderiam se enxugar em uma quantidade muito menor e ainda assim contar a mesma história, deixando com um ritmo muito mais apreciável. Porém a animação japonesa é algo que eu me delicio ao assistir, me voltando mais aos longa metragens muito bem elaborados e onde, por vezes, penso estar observando uma bela pintura.
Então depois de indicado por amigos diversas vezes, eu fui atrás desse anime mais curto e que poderia terminar em uma pequena maratona, Death Note foi o anime indicado, com seus 37 episódios.

A história se centra basicamente em um estudante idealista que acha um caderno que tem o poder de matar qualquer pessoa cuja nome for escrito e seu rosto conhecido pelo escritor, esse caderno é denominado Death Note, sendo que cada caderno pertence a um Shinigami (Deus da Morte). O estudante então pretende livrar o mundo de todos o criminosos, mas acaba se tornando o próprio criminoso aos olhos das autoridades.

O roteiro é muito bem desenvolvido, estabelecendo várias tramas em um espécie de teia que vai se expandindo cada vez mais. Todas essas estórias são usadas principalmente para colocar o protagonista sobre pressão e assim nos aprofundarmos em seu modo de pensar. Mesmo que o foco seja grande em explorá-lo os personagens coadjuvantes tem grande destaque, e de forma essencial suas emoções.

Levanta uma discução relação ao poder de tirar vidas, que de acordo com sua ideologia não possuem o direito de viver e merecem um julgamento de morte, e a forma como esse poder passa a dominar o protagonista, o poder de um Deus. De inicio nos mostra um contraste entre o mundo humano e o Shinigami que pode ser interpretado pela total decadência em que os dois mundos se encontram.

Acerta muito bem em personagens seus personagens principalmente em relação ao protagonista, Raito Yagami e seu total contraponto, L. Personagens que se completam e torna a experiência de acompanhar os episódios algo inusitado, visto que se prestarmos atenção vemos um grande jogo de inteligência que se utiliza dos detalhes para contruir algo exorbitante.

Lembra muito Sherlock Holmes, e isso é notado imediatamente, e de diversas maneiras, me parecendo uma referencia obvia dos produtores do anime. Sendo que fica quase clara a associação dos personagens L, Raito e Watari com Sherlock Holmes, Prof. Moriarti, Dr. Watson das histórias escritas por Sir Arthur Conan Doyle. Remete também a algo mais recente, como Dexter a série produzida pela Showtime, onde a comparação entre Raito e Dexter Morgan é extremamente cabível, não somente os seus alvos primordialmente criminosos, mas o pensamento de se achar capaz de julgar e sentenciar essas pessoas.

O desfecho não foi algo inesperado, mas foi bem elaborado, para que quem assistisse ao ultimo episódio lembrasse imediatamente que o mesmo foi previsto nos primeiros episódios, esse desfecho, não importando o que acontecesse o fim seria o mesmo.

Mesmo com apenas 37 episódios pode-se notar que em alguns episódios o ritmo da série se torna cansativo, isso não é algo negativo já que se torna muitas vezes aquela respiração antes de pegar no embalo novamente. Mas confesso que me incomoda relativamente, e esse incomodo aumenta de maneira substancial quando chega-se aos ultimos episódios, provavelmente pela adição de personagens nada carismáticos.

Definitivamente a idéia é muito boa, é desenvolvido de maneira muito inteligente, mas devido a algumas escorregadas não consegue chegar aonde poderia e permanece apenas como um bom anime.
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